terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Suicídio

"É um ato de publicidade: a publicidade do desespero."
Fernando Sabino in Suíte Ovalliana







Deus nos deu uma boca e dois ouvios. Por que mesmo assim ouvimos menos que falamos? O suicida fala nas entrelinhas. Pede, grita por socorra. Infelizmente nós não temos a capacidade de ouvir. Ninguém tem paciência para prestar atenção ao outro.


Segundo Marcimedes Martins "o suicidado pratica um ato de comunicação e não um gesto solitário e que, além de tudo, é uma comunicação para uma sociedade que o impede de comunicar-se de outras formas que não seja através deste gesto."

Muitas vezes somos levados a pensar que o suicídio é o ato em si. Mas se pensarmos como Kalina e Kovadloff, que publicaram em 1983 que o suicídio é um processo teremos uma visão mais ampla desta questão filosófica, teológica e médica. Para eles cada sujeito que se mata, significa que a proposta comunitária fracassou (mais uma vez o suicídio não é um ato solitário). Para a sociedade atual eles entendem o suicídio como a existência tóxica: a vida vivida de forma que o ser humano esteja se matando no cotidiano, todos se matando em comum acordo através de uma maneira de viver perigosa para a saúde. Uma existência tóxica é uma vida envenenada porque vive daquilo que a aniquila, promove e perpetua a alienação humana e fomenta o apoio às contradições que a destrõem.



Enquanto aos médicos? Segundo revisão bibliográfica de Richings JC, Khara GS e Mc Dowell M. a taxa de suicídio entre médicos é maior que a população em geral em todas as partes do mundo. As principais causas para essa assustadora realidade são: 1) médicos tendem a negar o estresse de natureza pessoal; 2) médicos tendem a negar o desconforto psicológico; 3) inclinações suicidas são acobertadas (tratamento mais difícil); 4) médicos elaboram, mais freqüentemente, esquemas defensivos (fecham-se para qualquer intervenção terapêutica eficaz); 5) negligência da família e dos colegas (ele é médico, sabe se cuidar); 6)os médicos têm o meio do suicídio ao alcance das mãos (métodos mais eficazes para o êxito).
O tema suicídio surgiu naúltima reunião da A.M.A.R.T.E. e ele não poderia deixar de ser discutido, afinal em todos os filmes que assistimos ele estava presente. Mas no encontro deste dia 16 de janeiro de 2009 também nos reunimos para planejar ações. Temas como: Encontro de Medicina e Arte, Ação no Hospital, Jornal da A.M.A.R.T.E. e Projeto de Pesquisa; foram colocados em pauta. Apesar da tormenta que encharcou Natal em menos de 24h, estiveram presentes: Bruno Pessoa, Emily Anne, Thiago josé, Sérgio Oliveira, Fernando Claudino, Ritwell e Edilson Pinto.

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