sábado, 5 de setembro de 2009

De cara no muro

Em nossa última reunião do A.M.A.R.T.E., 28 de agosto, assistimos ao filme Sonho de uma Noite de Verão, adaptação de Michael Hoffman do clássico shakespeariano. Mais uma vez nos surpreendermos o quão fidedigno estava a versão cinematográfica em relação ao livro, talvez não seja coincidência, talvez, em verdade, seja o modo como Shakespeare transcorre suas idéias para o papel que permita que as adaptações sejam tão fiéis (concordando inclusive com a imagem mental que fazemos à leitura de suas obras).


Hoje não é minha intenção tecer uma sinopse sobre o conteúdo de Sonho de Uma Noite de Verão – são tantas as discussões que talvez não coubessem nessas linhas. Venho falar de um momento que talvez tenha passado despercebido por quem estava assistindo nossa última sessão do “CINEARTE”.

A cena se dá na encenação de A mais lamentável comédia e a mais cruel morte de Píramo e Tisbe – tragédia muito hilariante. O encontro do casal da peça se dá sob a luz do luar, para tanto os artesãos (que encenavam a peça) contavam com a entrada da luz da lua por uma das janelas da casa de espetáculos. À hora do encontro, quando tudo estava transcorrendo muito bem, um dos atores vai até a janela e abre-a para que o luar ilumine a cena. Eis que ele dá “de cara no muro”. Uma parede alvenaria impedia que a luz da lua cheia complementasse a peça. Nesses momentos, a arte depende da criatividade, logo uma lanterna passou a ser a luz do luar e o ator que a segurava figurava como o “homem da lua”.

Algo parecido nos aconteceu nesses últimos dias com relação à concretização de nosso jornal INFORMARTE. Tudo começou antes da impressão do jornal, quando batemos de cara no muro da instituição. Eis que o luar passa a entrar pela porta (não mais pela janela) com a colaboração de um de nossos entusiastas. Mas os muros insistiam em aparecer, e mais uma vez tropeçamos na burocracia, dessa vez a criatividade dos artesãos do A.M.A.R.T.E. foi colocada em prática: a partir de um simples chamado por e-mail surgiram 15 “homens da lua” que figuraram uma “multiplicação dos pães”, possibilitando, dessa forma, que o Coquetel de Lançamento do INFORMARTE tivesse um coquetel.


Já falei que tropeçamos no muro da instituição e no da burocracia, “ufa” que a lanterna conseguiu brilhar duas vezes, bastava. Como se não fosse suficiente, no dia do evento, horas antes de seu começo, damos de cara no muro do descaso. A nossa reserva para o local do evento foi simplesmente trocada porque a pessoa responsável se confundiu. Os artesãos já não sabiam o que fazer. Será que a lanterna continuaria a fazer o papel do luar, ou será que não conseguiríamos mantê-la erguida por muito tempo? Mais uma vez os “homens da lua” se unem e seguram a lanterna o mais alto que podem, afim de que o encontro de Píramo e Tisbe (do INFORMARTE com seu público) pudesse ser assistido por todos!

Um comentário:

  1. Aos amigos do AMARTE, gostaria de expressar toda a minha alegria, pois enfim, mesmo com as carinha amassadas de tanto darmos de cara no muro, nosso "Sonho de uma noite de verão", tornou-se realidade!

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