terça-feira, 20 de julho de 2010

EREM 2010


"O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior".

Albert Einstein



O Encontro Regional de Estudantes de Medicina(EREM) é um espaço destinado a congregar estudantes de medicina de uma determinada região do país que, no nosso caso, é a regional Nordeste II( PE, PB, RN, CE e PI) com o propósito de promover discussões acerca de temas pertinentes ao nosso cotidiano universitário- saúde, educação, sociedade, ciência, cultura, arte, cidadania – proporcionando também uma maior integração entre as diferentes escolas e estados. Acontece no primeiro semestre de cada ano, e é sediado em uma das cidades locais de escola médica dentro da área Regional NE II.
Em 2010, o XVI Encontro Regional dos Estudantes de Medicina, que foi realizado entre os dias 29 de abril e 2 de maio de 2010 na cidade de Cajazeiras - PB, trouxe como tema "Educação e Saúde: como se (de)formam os/as médicos/as?". É importante levantarmos, por um momento, nossas cabeças dos Tratados, para percebermos onde essa maré de novos currículos, novas leis e novas práticas está nos levando.

A graduação em Medicina é quase um universo paralelo dentro de nossas vidas. Envolvendo-nos nas teias da elevada carga horária e das rígidas exigências da academia, ela tem o poder de influenciar fortemente a nossa concepção de universidade, saúde, sociedade e, principalmente, do próprio papel enquanto estudantes e futuros médicos diante de tudo isso.

É complicado olhar para o futuro e não pensar na profissão que estou lutando para seguir? “Quais são suas conclusões quando pensa nisso?” Pergunta minha consciência. Então, respondo. Concluo que desejo ser um profissional competente. Terei o conhecimento de vários séculos; Um conhecimento conseguido com muito sacrifício, dedicação e mortes, portanto desejo honrá-lo. Mas de que vale tanto estudo se na aplicação desse conhecimento se eu for frio e cortante como o bisturi que manejarei?! Por isso, antes de tudo, quero ser uma médica humana. Às vezes, o problema não é só anatômico, fisiológico, biológico. É social, estrutural, emocional. Sei que em minha sociedade – em todo o mundo para falar a verdade - a falta de amor, cuidado e zelo matam mais que os vírus e os hospitais desestruturados. Se os médicos pudessem ser um pouco mais atenciosos e sensíveis, tudo seria tão diferente!
Então, mais uma vez, qual a relação de tudo isso? O Projeto A.M.A.R.T.E conseguiu levar 4 trabalhos para a Mostra de Extensão do EREM – 3 vídeos e 1 banner- selando assim a sua participação em outro Encontro Médico com os seguintes trabalhos:
Vídeo 1: Big Brother Saúde: as novas tendências da relação médico-paciente.
Vídeo 2: Simulação de Caso Clínico por estudantes-atores do Projeto AMARTE: Uma nova proposta de ensino-aprendizagem.
Vídeo 3: Novo código de ética médica: Por que mudar?
Banner: Relato de Experiência: Aplicação de casos simulados(OSCE) de estudantes de medicina para estudantes de medicina na Universidade Potiguar(RN).

E a avaliação desses trabalhos? Quando me lembro da apresentação dos vídeos até hoje fico emocionada, pois vejo como o A.M.A.R.T.E cresceu em 1 ano, tanto na Universidade quanto fora dos seus muros! Os professores avaliadores não paravam de fazer perguntas querendo saber tudo, pois gostaram muito dos vídeos. Uma das perguntas foi: Como o Projeto surgiu? Ainda lembro a minha resposta: “No começo, era apenas um sonho de um professor de medicina e arte e de seus alunos que tinham uma relação muito maior que aluno/professor, eles eram amigos e amavam a disciplina Medicina e arte e não queriam deixar de vivenciar a arte proporcionada pelas aulas, queriam muito mais que isso. E, assim, aos poucos foram discutindo livros e filmes, depois fizeram ações em hospitais, comunidades e asilos, atividades no próprio curso de medicina e, agora, vídeos. E muitas coisas ainda vão ser realizadas porque o alicerce foi bem preparado e os frutos estão sendo colhidos em cada Congresso/Encontro que vamos e temos a felicidade de ver o Projeto A.M.A.R.T.E valorizado e bem destacado entre os outros Projetos de Humanização.
Abraço a todos que fazem parte do A.M.A.R.T.E e Feliz Dia do Amigo(dia 20 de julho)

PS:
Afinal como disse Vinícius de Moraes:
Precisa-se de um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano,
basta ter sentimentos, basta ter coração.

Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.

Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros,
de sol, de lua, de canto, dos ventos
e das canções da brisa.

Deve ter amor, um grande amor por alguém,
ou então sentir falta de não ter esse amor.

Deve amar o próximo e respeitar
a dor que os passantes levam consigo.

Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão,
nem é imprescindível que seja de segunda mão.

Pode já ter sido enganado,
pois todos os amigos são enganados.

Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro,
mas não deve ser vulgar.

Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e,
no caso de assim não ser,
deve sentir o grande vazio que isso deixa.

Deve ter ressonâncias humanas,
seu principal objectivo deve ser o de ser amigo.

Deve sentir pena das pessoas tristes e
compreender o imenso vazio dos solitários.

Deve gostar de crianças e lamentar
os que não puderam nascer.

Que saiba conversar de coisas simples,
de orvalho, de grandes chuvas
e de recordações da infância.

Precisa-se de um amigo para não enlouquecer,
para contar o que se viu de belo e triste durante o dia,
dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.

Deve gostar das ruas desertas, de poças de água
e dos caminhos molhados, de beira de estrada,
de mato depois da chuva,
de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver,
não porque a vida é bela,
mas porque já se tenha um amigo.

Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.

Para não se viver debruçado no passado
em busca de memórias perdidas.

Que bata nos ombros sorrindo e chorando,
mas que nos chame de amigo,
para se ter consciência de que ainda se vive.




Postado por Ana Karinne magalhães

Um comentário: